sábado, 2 de maio de 2015

Visão Espirita do Transtorno de Pânico



A palavra "pânico" deriva do grego ("pertencente ao deus dos rebanhos, "),
Eles usavam seu nome para relacionar o medo exibido pelos soldados inimigos em fuga.
Na sua essência, o "estado de pânico" é um sistema de defesa normal e útil que ativa todas as regiões do cérebro que estão relacionadas à atenção. Mas para o ser-humano, o pânico em situações que não expressam real perigo, pode ser uma doença que transtorna o convivência social, chamada de síndrome do pânico. O "medo do pânico" pode tornar-se também num processo  patológico psiquiátrico como a crise de ansiedade, depressão, stress e outros.
A síndrome do pânico como é popularmente conhecida, ou transtorno do pânico como é designada em psiquiatria, é uma alteração que se caracteriza por crises súbitas de medo, na qual a pessoa tem a sensação que vai morrer naquele instante. Nos seus sintomas como palpitações cardíacas aceleradas, falta de ar, suores, tremores, dor no peito, inconstância ou sensação de tontura, dentre outros, são os que vulgarmente acometem a quem sofre uma crise.

Porventura, o que parece nocivo, a partir da crise inicial, torna-se ainda mais suscetível, como reflexo de receio do aparecimento duma nova ocorrência de pânico, porque nunca se sabe exatamente quando ela voltará. Qualquer estímulo interior, como uma dor, vertigem, aceleramento cardíaco, ou mesmo exterior, como um olor, a conexão a um determinado sítio, propiciam o encaminhamento duma reminiscência da perturbação anterior, desacorrentando espaço a uma nova crise.

A qualidade de vida das pessoas mostra-se mais complexa pois usualmente elas começam a tentar fugir dessa situação e como tal, passam a não querer sair de seu lar, com receio de se exporem a situações incómodas ou difíceis, isto no caso de se defender de uma nova crise.
É o chamado medo reflexo, comomedo de sair, duma consulta, de sofrer, de se envolver e sofrer,  de preconceito e medo de falhar.

O transtorno do pânico tem um predomínio de cerca de 2% sobre a população geral e tem uma incidência três vezes maior nas mulheres, por questões hormonais.

Ora biologicamente as causas estão provavelmente relacionadas com determinados fatores, como variações no funcionamento de algumas estruturas do córtex cerebral, como hiper-reactividade do lócus cerúleos, desregulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, modulação do sistema serotoninérgico desregulado, além de um constituinte genético comedido.

Nas causas psíquicas, podemos citar uma educação agreste por parte dos pais, com intimidações e chantagens, procriando uma pessoa ansiosa e periclitante, com inclinação ao transtorno.

O tratamento terapêutico equilibrado e a psicoterapia são indicados para melhoramento da paciente, e é aqui que entra também a importância da ajuda espiritual.

A visão espírita do transtorno do pânico alonga as perspetivas já citadas nos referenciais biológicos e psicológicos, já que ergue às possíveis causas e propõe uma terapêutica positiva de renovação do ser espiritual reencarnado.

No Capítulo V, do Evangelho segundo o Espiritismo, existem dois motes que abordam as causas atuais das aflições e as causas passadas das aflições, onde os benfeitores superiores nos dizem que tudo aquilo que não foi germinado nesta existência, como causa do efeito que agora se experiência, evidentemente esta causa estará em uma outra existência.

Sabendo que Deus é incomensuravelmente justo e perfeito, suas leis são inalteravelmente perfeitas. E quando os benfeitores espirituais nos esclarecem no Livro dos Espíritos que a Lei de Deus está escrita na própria consciência, temos aí o salvo-conduto que nos orienta quanto à qualidade das nossas ações.

Na obra Amor imbatível amor, do espirito Joanna de Angelis, psicografado por Divaldo Franco, esta assevera que as estirpes do transtorno do pânico se encontram na pessoa que desvalorizou as Supremas Leis e daí se reencarna com propensão fisiológica, imprimindo nos genes a necessidade da ressarcimento das infrações passadas que ficaram sem a retificação, porque ficaram anónimos da justiça humana, mas, da justiça divina, não, e nem da própria consciência.

O espirito encarnado ou não, abre espaço para um resgate, descerrando também campo para abertura ao processo obsessivo, por parte de entidades espirituais que se utilizam dos repositórios mentais do doente, para o manipular nos seus pensamentos e emoções, projetando quadros pavorosos para quem lhe aguenta o cunho devastador.

Lembrando também palavras do Mestre, quando nos adverte docilmente, em Mateus 5:25, “Concilia-te com o teu inimigo”. Isto, porque se nos acha em consideração de nossos melhores amigos, somos também nós próprios os nossos piores inimigos. Quer isso dizer que os nossos inimigos maiores são as nossas imperfeições! Nós somos os nossos piores adversários.
Apraz-se a necessidade de reconciliação é mudar o rumo enquanto é tempo. É não deixar-se desencarnar com o sentimento de culpa, que é tão dominador, tanto para aquele que desencarna, como para o que fica, pois a realidade espiritual é encontrar do outro lado do espelho da vida, aquela veracidade que nos torna transparentes e nos faz ver, como somos e estamos, sem disfarces para nos encobrir o íntimo.

Assim, temos na qualidade dos nossos atos, pensamentos sentimentos e emoções os moldadores de nosso modelo organizador biológico, aquele que afeiçoará nosso futuro corpo numa nova reencarnação. Aproveitemos então este mesmo momento, porque todos eles são importantes para começar a conquistar o bem-estar global do ser. Jesus nos disse que tudo é possível àquele que crê. Crer aqui não é só o admitir, mas também fazer o seu trabalho para conquistar aquilo que se crê, buscando na prece os recursos harmonizadores e equilibradores da renovação e exercitando as virtudes do amor e do perdão, dentro do trabalho ativo do bem.

BIBLIOGRAFIA:

ÂNGELIS, Joanna de (Espírito). Dias Gloriosos. [psicografado por Divaldo P. Franco]. Alvorada, 1999.
ÂNGELIS, Joanna de (Espírito). Amor, imbatível amor. [psicografado por Divaldo P. Franco]. Alvorada, 1998.
BRÓLIO, R. Doenças da Alma. FE, 1997.
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de J. Herculano Pires. LAKE, 2005.
Allan Kardec, Livro Dos Espiritos
Wikipedia

Victor Passos

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