quinta-feira, 6 de maio de 2010

Enigmas de Psicometria dos fenómenos de Telestesia




TELESTESIA

Fenômeno Espírita: "Telestesia": telestesia e telepatia: (..) compreende a recepção e transmissão dos pensamentos, das sensações, dos impulsos motrizes. Com esses fatos relacionam-se os casos de desdobramentos e aparições designados pelos nomes de fantasmas dos vivos (..)
No glossário que precede a obra principal de Frederic Myers, a significação do vocábulo TELESTESIA vem assim definida: Percepção a distância, implicando uma sensação ou visualização direta de coisas ou condições, independentemente de qualquer veículo sensorial conhecido, e em circunstâncias que excluem a presunção de serem as noções adquiridas originárias de mentalidade estranha à do percipiente.
Vejamos:

Esta obra de Ernesto Bozzano está dividida em 2 partes, conforme o título, ou
seja – 1. Fenómenos de psicometria, Conclusões e 2. Fenómenos de telestesia,
Conclusões.

A seguir apresentamos algumas transcrições de modo a poderem ser
observados o estilo do autor e da sua escrita ou o modo de abordar os temas:

- «Pois que a psicometria não passa de uma das modalidades da
clarividência, a esta pertencem, também, os seus enigmas. É natural,
portanto, que, ao falarmos nesta obra de uma, sejamos levados a tratar da
outra. De qualquer modo, para não ampliar demasiadamente o assunto,
limitar-nos-emos a versar exclusivamente o tema da psicometria, que
contém os principais enigmas a resolver. De resto, as suas modalidades
próprias lhe conferem um carácter especial, que permitem considerar à
parte. As modalidades segundo as quais se estabelece a conexão entre o
sensitivo e a pessoa ou meio concernente ao objecto “psicometrado”
distinguem, efectivamente, a psicometria das outras formas de
clarividência»

- «Na clarividência utilizada por quiromancia, cartomancia, visão do cristal,
os diversos objectos ou processos empregados podem considerar-se como
simples estimulantes, próprios para suscitar o estado psicológico favorável
ao desembaraço das faculdades subconscientes.
Na psicometria, muito pelo contrário, parece evidente que os objectos
apresentados ao sensitivo, longe de actuarem como simples estimulantes,
constituem verdadeiros intermediários adequados, que, à falta de
condições experimentais favoráveis, servem para estabelecer a relação
entre a pessoa ou meio distantes, mercê de uma influência real,
impregnada no objecto, pelo seu possuidor. Essa influência, de
conformidade com a hipótese psicométrica, consistiria em tal ou qual
propriedade da matéria inanimada para receber e reter, potencialmente,
toda espécie de vibrações e emanações físicas, psíquicas e vitais, assim
como se dá com a substância cerebral, que tem a propriedade de receber
e conservar em latência as vibrações do pensamento. Após as experiências
recentes e decisivas de Edmond Duchatel e do Doutor Osty nos domínios da
psicometria, não é mais possível duvidar da realidade dessa influência
pessoal, absorvida pelos objectos e percebida pelos sensitivos. O que ainda
se não sabe é se a influência em apreço contém virtualmente a história do
dono do objecto – história susceptível de ser psicometricamente evocada
pelos sensitivos em seus mínimos pormenores, tal como afirmam alguns
experimentadores. Sem embargo, ao menos no que diz respeito à influência
de pessoas vivas, tudo concorre para demonstrar que tal latitude de
ASSOCIAÇÃO ESPÍRITA LUZ E AMOR
AELA
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Livro em destaque, publicado em 26/10/2009, no site www.aela.pt

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poderes é, em grande parte, imaginária. A influência pessoal registada
pelos objectos não exerce, realmente, outro papel que o de estabelecer a
relação com a pessoa ou meio distantes, que se tenha em vista
“psicometria”. Essa influência fornece uma pista ao psicómetro e lhe
permite segui-la. Daí resultaria que as descrições e revelações verídicas,
obtidas graças à relação psicométrica, longe de serem directamente
extraídas da influência contida nos objectos psicometrados, seriam
alcançadas por meio das faculdades clarividentes e telepáticas do sensitivo
e orientadas, isto sim, pela influência persistente nos objectos. Todavia,
apresso a acrescentar que essa limitação de poderes da psicometria (dos
quais acabo de tratar unicamente do ponto de vista das influências de
natureza humana registadas pelos objectos), não eliminaria a hipótese dos
professores Buchanan e Denton, mediante a qual o objecto seria, por si
mesmo, capaz de revelar minuciosamente a sua própria história.
Não. A minha observação tende apenas à limitação da hipótese,
modificando-lhe a significação. Os informes obtidos, graças à análise
psicométrica, constituiriam, em todo o caso, uma questão de relações
estabelecidas por um meio que não seria material propriamente dito, tal
como provaremos depois»

- «Assim, da mesma forma pela qual a influência deixada num objecto por
pessoa viva tem a virtude de pôr o sensitivo em relação com a
subconsciência dessa pessoa, assim também a mesma influência, deixada
nos objectos por uma pessoa falecida, teria o poder de pôr o sensitivo em
relação com o Espírito do falecido. Esta última suposição parecerá bem
menos inconcebível que as até agora enunciadas, pois é uma premissa
menor, consequência lógica da premissa maior. Outras modalidades, não
menos enigmáticas, apresentam-se na fenomenologia psicométrica e
haveremos de as examinar, à proporção que ressaltarem dos respectivos
fatos»

- «HISTÓRIA DA AMOSTRA N° 5 - Colocando a mão sobre a amostra
embrulhada em papel grosso e constituída de uma substância dura e
resistente, percebo imediatamente dois ou três homens a examinarem uma
parede negra. Um desses homens tem à mão uma lanterna; outro pesquisa,
insistente, aqui e ali, mostrando-se muito prudente antes de dar a sua
opinião. ( - Eis uma descrição fiel dos inspectores de minas, que descem
pela manhã aos poços, munidos da lâmpada de segurança, a fim de
verificarem se tudo está em ordem, antes da chegada dos trabalhadores. –
S. Jones.) Pressinto que neste embrulho está um pedaço de carvão, nada
xistoso. É uma bela qualidade de hulha. ( - Perfeitamente: hulha Heathen. –
S. Jones.) Foi arrancado de grande profundidade. ( - Efetivamente: da
camada mais profunda da mina. – S. Jones.) Os homens que trabalharam
nessa espécie de túnel estão muito abaixo de um ponto de onde me
chegam ruídos de rodas e vagões em movimento. ( - À superfície do solo,
uma via férrea de bitola estreita passa muito perto do local em que foi
extraída essa pedra. O túnel escuro é um dos ramais da mina. – S. Jones.)
Vejo grupos de homens em actividade para abrir passagem através de um negro paredão. Uns de pé, outros agachados; todos, porém, em posições
forçadas e contrafeitas. ( - Os mineiros trabalham realmente em grupos
isolados. Quanto ao mais, é observação exacta do penoso trabalho de
mineração.) Agora meu olhar se fixa num homem que trabalha sózinho, em
uma galeria tão baixa e tão estreita que o força a deitar-se. Ao contemplá-
lo, assalta-me um como sentimento de tristeza e ansiedade; sou levada a
orar e a desejar que se não verifique um desmoronamento capaz de o
esmagar»

- «O Professor Denton assim comenta o relatório: “A completa identificação
dos sensitivos com a coisa ou animal psicometrados, cuja influência os
penetra, constitui facto dos mais notáveis em nossas experiências. Ele
esclarece com luzes novas alguns dos problemas mais misteriosos da
natureza. Algumas formas de demência também apresentam essa
condição do Espírito, a revelar-se dominado e quase suplantado pelas
influências que o invadem, a ponto de perder a consciência de si mesmo
para transformar-se num instrumento inconsciente. Posto seja o indivíduo
quem fornece, sempre, as faculdades psíquicas, a influência invasora dele
se apossa e o governa, aniquilando-lhe a vontade.”

E finalizamos com o seguinte texto:

- «Nos casos de lucidez psicométrica, pode-se razoavelmente supor que o
fluido vital especializado, de que parece saturado o objecto presente ao
sonâmbulo, possa estabelecer a relação com a pessoa distante, dona do
objecto; mas, nos casos em que nenhum objecto se apresenta, existe a
presença de alguém que conhece a pessoa ausente, visualizada pelo
sonâmbulo. É, pois, verosímil que a pessoa presente sirva para estabelecer a
relação com a pessoa ausente […] Mas, em casos como este último,
tratando-se de uma planta agreste, sem qualquer laço fluídico com a
sonâmbula, como dar-se a relação entre o sonâmbulo e a planta? Como se
opera? Como se produz a orientação da pesquisa? Tratar-se-ia, pois, do
que se convencionou chamar instinto dos remédios, comum nos animais e
frequente nos sonâmbulos, operando como orientador da vidência? É bem
possível, mas então seria preciso dizer que o princípio dinâmico, capaz de
estabelecer a relação com a planta, fora a própria enfermidade do
consulente, enfermidade que, podendo ser curada com os sucos de uma
dada planta específica, possibilitaria à sonâmbula a orientação para
encontrá-la. Nesse caso, deveria haver uma relação de causa e efeito
entre a enfermidade e a planta, ou por outra, uma afinidade químico-
fisiológica entre a enfermidade e a substância terapêutica. Advertirei,
finalmente, que, no caso em apreço, a descrição do local e da planta
visualizada, com percepção de cheiro desagradável, parece tão viva que
nos faz pensar num fenómeno de bilocação sonâmbula»

ERNESTO BOZZANO

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