segunda-feira, 13 de junho de 2011

Voluntário ou Devedor

O Ser humano, existe, não para a passividade egoísta, mas para a activa compartilha. Não como dever, mas como obrigação. Todos sem excepção, são parte negligente, dum Universo fragilizado de valores de igualdade, justiça e amor.

Cravo

Num rácio de sustentabilidade social, fala-se muito, de fome , miséria, abusos sexuais, doenças, injustiças, diferenças e uma infinidade de advertências ao elo da Sociedade, quer política , social ou económica.

Abrem-se conferências, com lustro de armamento, cheiro a petróleo e concursos a ocupação do espaço retristo aos demais em conflito, ao balançar da hipocrisia ambiciosa, até mesmo a um poderio doente e nauseabundo.

Se isso não chegasse, endividam-se Países, por tal honrosos procedimentos, marcam-se hospedagens cinco estrelas e discute-se miséria e fragilidade em jantares sumptuosos.

Estas abreviaturas cosméticas , a que assistimos todos os dias nos noticiários televisivos, deviam envergonhar-nos, porque, afinal o Mundo é pobre , não pela fome , pela miséria, mas pela incúria dos homens e pelo egoísmo sustentado, pela falsidade das suas atuações e acima de tudo pela falta de uma reforma íntima, de todos homens sem excepção.

Vocês, perguntam-se?! Mas o que tem isto que ver com Voluntariado?!

O voluntariado é o conjunto de ações de interesse social e comunitário em que toda a actividade desempenhada reverte a favor do serviço e do trabalho. É feito sem fins lucrativos. O voluntário ajuda quem precisa contribuíndo para um mundo mais justo e mais solidário.

O trabalho voluntário tem se tornado um importante fator de crescimento das organizações não - governamentais.

É graças a esse tipo de trabalho que muitas ações da sociedade organizada têm abastecido o fraco investimento ou a ausência de investimento governamental em educação, saúde, lazer , inserção e inclusão, enfim em bastas áreas sociais.

Mas , como cidadãos, o ser voluntário, não é ter a visão da opulência ou da amostra filosofal perante os outros, esculpindo ostensivamente a bandeira do salvador do Mundo. Bem, pelo contrário, o mostruário da benfeitoria, não passa apenas de uma dívida para com quem, não tivemos em consideração, pois o nosso próximo, é mesmo ali já.

Importante também, apesar das várias facções religiosas terem programas de amparo e social, e que é de louvar, não lhes cabe distinguir o apoio social , dos demais credos, porque a solidariedade e caridade não tem siglas, nem credos, ela é estanque a tudo isso.

A solidariedade, tem apenas um estandarte, “dar de graça aquilo que de graça recebemos”.

A cor, raça, língua e cultura, não são fronteiras, mas elos de ligação.

Aos voluntários, cidadãos da Comunidade , País e da Humanidade, se pede para, assegurarmos igualdade, compromisso, responsabilidade, sentido de justiça e seriedade, em toda a partilha, exige também de nós o sigílo, porque pela transparência se conquistam, raízes de paz e harmonização dos Povos.

O verdadeiro voluntário, luta pelos mais desfavorecidos, busca a concórdia, não foge das hostilidades, mas abeira-se do diálogo, das diferenças e busca diminui-las, sem custo e com humildade.

O voluntário é o elo generoso para os outros, nas suas acções, mas para os seus Familiares deverá ser o reflexo das mesmas acções, quer moralmente, socialmente, espiritualmente e intelectualmente.

O voluntariado não retira espaço na Família, mas a aproxima mais, porque o exemplo vivo, será sempre uma escola da vida, para os que te envolvem diáriamente e a família real é a de vínculo espiritual.

Sendo o adestramento da solidariedade uma lei universal que congrega todo o Ser humano, o exercício da beneficência está acima do simples socorro, agindo nas estruturas socio - culturais, modificando a forma de pensar dos homens.

Daí a importância de proporcionar pela educação, da criança, jovens e adultos, uma gênese em crescendo de valores, sociais, sem diferenças, pelos iguais, em apoio pleno das acções e livre-arbítrio.

Segundo, Leonardo Boff, , “O grande mal desta civilização é o descuido, o descaso, o abandono, numa palavra, a falta de cuidado. Há um descuido manifesto pelo destino dos pobres e marginalizados da sociedade.”

O Voluntário vem criar um novo padrão de auxílio e ascensão social, constituíndo uma convenção social, de respeito e salvaguarda de tudo que existe e vive, estruturando opções que concebam uma nova esperança, naqueles que dela precisam, proporcionando assim melhor qualidade de vida e mais felicidade dentro dos padrões , dos direitos humanos.

A Sociedade é a Imagem do Homem ,

O aperfeiçoamento da Humanidade depende do aperfeiçoamento de cada um dos indivíduos que a formam. Enquanto as partes não forem boas, o todo não pode ser bom. Os homens, na sua maioria, são ainda maus e é, por isso, que a sociedade enferma de tantos males. Não foi a sociedade que fez os homens; foram os homens que fizeram a sociedade.
Quando os homens se tornarem bons, a sociedade tornar-se-á boa, sejam quais forem as bases políticas e económicas em que ela assente. Dizia um bispo francês que preferia um bom muçulmano a um mau cristão. Assim deve ser. As instituições aparecem com as virtudes ou com os defeitos dos homens que as representam.”

Teixeira de Pascoaes, in "A Saudade e o Saudosismo"

"Há pessoas desagradáveis apesar das suas qualidades e outras encantadoras apesar dos seus defeitos." François La Rochefoucauld ,

"Nem sempre podemos agradar, mas podemos falar sempre agradavelmente."

Voltaire

Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos."

Confúcio

“A questão social depende inteiramente do melhoramento moral do indivíduo e das massas,...”.

Allan Kardec

Item 766 L.E.- A vida social está em a Natureza?

- "Certamente. Deus fez o homem para viver em sociedade. Não lhe deu inutilmente a palavra e todas as outras faculdades necessárias à vida de relação."

A existência cristã se distingue pela atmosfera de coexistência social em extracto de fraternidade, no qual todos se socorrem e se amparam, diluindo dificuldades e consertando dificuldades.

Na Sociologia solidariedade, é uma expressão que aufere essa denominação para distinguir os padrões descritivos e normativos de sociedades comunitárias, dentro das quais os bens são compartilhados para o usufruto comum e as obras são coletivamente perpetradas, em regime de colaboração recíproca.

O voluntário deve ter compaixão, e não pena, deve aquinhoar toda sua acção pela retidão de processos e não obliterar os mesmos, pois ao tentar mutilar os meios pela sua incumbência e fora do ambito da razão, apenas está a obrigar-se a pesada falha, pois adestrando-se de paixões e fugindo dos padrões da razoabilidade estará apenas a efetivar uma má obra, pois a solidariedade, não cria monstros, mas homens melhores. Partilhar sim, mas orientando também para o uso da cana, porque nem só de peixe se alimenta o necessitado.

O Voluntário vem de sua vontade, de livre vontade, de boa vontade.

Ele não vem fazer a sua vontade, vem de sua livre e boa vontade colocar os seus dons, os seus talentos e disponibilidade ao serviço da vontade expressa na

causa ou missão a que se entrega, e cujo serviço tem regras, modelos, procedimentos que deve respeitar.

O voluntário caracteriza-se pelo dar tempo, gratuitidade, ajudar pessoas e trabalhar para o bem-comum, envolvendo-se no compromisso, ser parte de um grupo ou organização, utilizar suas capacidades pessoais, multiplicidade de áreas ou actividades.

Não se deve esquecer que tem deveres e direitos, e reconhecer que a recompensa é poder ajudar.

A sua motivação deve ser constante e sem atropelos com sua vivência.

A adesão, não deve ter o sentido da troca, mas o de partilha, porque antes de começar, já está a receber.

No espaço de atuação deve aceitar uma formação constante de forma a perceber que estamos sempre a aprender e que mesmo perante nobres qualidades, é necessário organização e orientação das mesmas de forma a não colidir com os preceitos do respeito pelas edilidades e sua forma de programação estruturada, por isso aceitar a aprendizagem, pois ela nos vai formando e tornando mais responsáveis pelas acções.

No exercício do desempenho, aceitar o apoio, a avaliação, de forma a prestar um melhor serviço e permitir mais qualidade , à execução do mesmo e a quem dele necessita.

E para maior sensibilizar, lembra-te sempre, que és tu quem mais recebe....

Bibliografia

KARDEC, Allan - Obras Póstumas

KARDEC, Allan - Livro dos Espíritos

BOFF, Leonardo – Saber Cuidar – Ética do Humano

Teixeira de Pascoaes, in "A Saudade e o Saudosismo"

www.Citador .pt

Wikipédia

Victor Passos

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