Se
formos à Obra” O Espiritismo na
sua mais simples expressão “,Allan Kardec afirma:
O objetivo essencial do Espiritismo é
melhorar os homens, no que concerne ao seu progresso moral e intelectual.
“O verdadeiro espírita não é o que crê nas
comunicações, mas o que procura aproveitar os ensinamentos dos Espíritos. De
nada adianta crer, se sua crença não o faz dar sequer um passo na senda do
progresso, e não o torna melhor para o próximo”.
Reforçando em “O Que
é o Espiritismo”, Kardec afirma;
"O Espiritismo, como doutrina moral, só
impõe uma coisa: a necessidade de fazer o bem e evitar o mal. É uma ciência de
observação que, repito, tem consequências morais. que são a confirmação e a
prova dos grandes princípios da religião; quanto às questões secundárias, ele
as abandona à consciência de cada um”.
“O Espiritismo
não descobriu nem projetou os Espíritos, como não descobriu o mundo espiritual,
no qual se acreditou em todos os tempos; todavia, ele o prova por fatos
materiais e o apresenta em sua verdadeira luz, desembarançando-o dos
preconceitos e idéias supersticiosas, filhos da dúvida e da incredulidade”.
“Se o
Espiritismo, conforme foi anunciado, tem que determinar a transformação da
Humanidade, claro é que esse efeito ele só poderá produzir melhorando as
massas, o que se verificará gradualmente, pouco a pouco, em consequência do
aperfeiçoamento dos indivíduos. Que importa crer na existência dos Espíritos,
se essa crença não faz que aquele que a tem se torne melhor, mais benigno e
indulgente para com os seus semelhantes, mais humilde e paciente na adversidade?
De que serve ao avarento ser espírita, se continua avarento; ao orgulhoso, se
se conserva cheio de si; ao invejoso, se permanece dominado pela inveja? Assim,
poderiam todos os homens acreditar nas manifestações dos Espíritos e a
Humanidade ficar estacionária.(...)" - (Allan Kardec - O Livro dos
Médiuns) .
Todos estes princípios e opções
demonstram a grandeza que o espiritismo nos oferece, porém questiono, se é isso
que se faz , na pratica da Doutrina e sua divulgação ,quer nos centros espiritas
e se é também essa a postura dos ditos
expoentes da doutrina, idolatrados e embandeirados por toda a comunidade
espirita mundial!?
Primeiro,será que o Espiritismo está a
ser bem tratado?!Será que a mensagem dentro dos centros é orientar, consolar e
esclarecer?!Será que nesses espaços se respeita a opinião dos contrários?! Será
que é tida em conta e refletida de forma imparcial!? Pois bem , meus irmãos,
tenho feito algumas palestras por vários centros espiritas, e todos tem uma
postura diferente daquela que se defende, como paralelo da doutrina, até mesmo
a orientação mais parece uma ditadura, do que um espaço de partilha de amor e
consolo. Claro que sabemos estar perante um fenômeno , que é igual em todo
lado, chegando ao ponto de haver disputa entre as capacidades de cada um, o que
a ser assim, é um convite à estagnação. Algo que também me deixa a pensar, é a
forma como os périplos de renome procuram chegar às miríades, nas suas
apresentações orientadoras, onde a voz de espíritos desencarnados deixam
mensagens, extasiantes e proselicas, mas que a maioria, não lhes percebe o
conteúdo, e se deixa embalar pelo
colarinho branco,bate as suas palmas, e dizem!” Que linda mensagem,
maravilhosa, levou-me às nuvens, foi o espirito de fulano, é um irmão superior,
que ditou, ele é um grande médium!?” Ora, será disto que precisa o observador,o
aprendiz, o sofredor? Porque se complica a mensagem!? Outra situação que nos
deve deixar alerta?! Será que os seus guias não dão orientação da plateia que
ali está? Qual o seu grau de necessidade? Será que quem partilha a Doutrina ao
som de mensagens extasiantes,não tem uma visão disso?!
não
percebe quem o envolve naquela Assembleia? O que eles precisam é
esclarecimento, orientação e consolo , e ver a doutrina com lucidez , para
terem respostas para as duvidas que os amofina na alma.
As palavras caiem no vazio, se delas não
se apadrinhar a pratica, isto no sentido de evolução moral e espiritual.
Se juntarmos a isso o preconceito de
dizer ser espirita, de se assumir como tal,de ir a um centro espirita fora da
cidade, para que não se aponte, questiono-me se já não está em perda a própria
ajuda, porque se renegamos a filosofia, e lá vamos apenas com o intuito de
receber ajuda , sem sequer pensarmos que se tem que mudar , porque toda a cura
parte do próprio necessitado, será também, mais um engano para eles e que é
necessário fazer entender, nas palestras doutrinárias.
Cada um depende de si mesmo, sem isso de
nada fazer muitas rezas, porque só nos estamos enganar a nós próprios. O
livre-arbitrio é que vai fazer prevalecer , juntamente com o merecimento essa
ajuda, mas desenganem-se aqueles que pensam podermos , ir contra a lei, porque
todos somos provados para que , em resposta à fragilidade passemos à ação e não
ficarmos na inércia. O s bons espíritos, dão-nos a cana e nós temos que ir
pescar.
O colarinho branco está presente também
naqueles que participam das reuniões de doutrinação, , e que se fazem mostrar,
nos esclarecimentos, como doutrinadores de fina água, quando na realidade, os
que mais são doutrinados são eles, senão vejamos;
“Variados
agrupamentos de servidores do plano_espiritual, estão dedicados exclusivamente
à doutrinação em ambiente dos encarnados.
As atividades de regeneração estão repletas de institutos consagrados à
caridade_fraternal, no setor de iluminação dos transviados. Os postos de
socorro e as organizações de emergência, nos diversos departamentos das esferas
de ação, no plano_espiritual, contam com avançados núcleos de serviço da mesma
ordem. Em determinados casos, porém, a cooperação do magnetismo_humano pode
influir mais intensamente, em benefício dos necessitados que se encontrem
cativos das zonas_de_sensação, na Crosta_do_Mundo. Mesmo aí, contudo, a
colaboração dos amigos terrenos, embora seja apreciável, não constitui fator
absoluto e imprescindível; mas, quando é possível e útil, valemo-nos do
concurso de médiuns e doutrinadores_humanos, não só para facilitar a solução
desejada, senão também para proporcionar ensinamentos vivos aos companheiros
envolvidos na carne, despertando-lhes o coração para a espiritualidade.
● Ajudando
as entidades em desequilíbrio, ajudarão a si mesmos;
● doutrinando,
acabarão igualmente doutrinados.
[16a
página 259, livro,MISSIONÁRIOS DA LUZ ] -” André Luiz
É importante refletirmos, nestas palavras ;“A boca fala daquilo que o coração está
cheio”, disse-nos Jesus (Mt. 15,18).
Certíssimo e de que está cheio nosso
coração?
A resposta, vesse analisando a nossa forma
de nos comunicar. No caminho da evolução é imprescindível passarmos pela
esquina do autoconhecimento. Se existe tanta morosidade em nossa caminhada, é
por conta de nossa falta de reflexão existencial.
Santo Agostinho, o bispo argeliano, em
seu tempo já refletia sobre este problema:
"os homens se vão a contemplar os topos das montanhas, as vastas ondas do
mar, as amplas correntes dos rios, a imensidão do oceano, o curso dos astros, e
não pensam em si mesmos". (AGOSTINHO, 1955.
Quando Jesus passou no nosso meio, trouxe
consigo uma enorme ferramenta de ensino: a simplicidade. Não poderia achar-se
de outra forma. A seu estágio de Espírito puro,só poderia optar pela
simplicidade desde a infância. Não nasceu entre os poderosos, não procurou
títulos terrenos. Não pediu aplausos, nem cobrou gratidão e reconhecimento.
Falava de forma serena, por vezes enérgico, franco, mas não menos caridoso ou
desinibido. Mesmo usando de linguagem muitas vezes simbólica, Jesus não
prescindiu da simplicidade nos atos e nas palavras. Consciente das inúmeras
controvérsias que adviriam da letra humana, e compreendendo que a humanidade
levaria séculos para assimilar a verdade de seus ensinamentos, o Mestre
transmitiu a sabedoria divina de forma simples, e hoje vemos ainda bem a
formula da essência moral da sua mensagem evangélica, prevalecendo intacta.
"Que ouçam os que têm ouvidos para
ouvir”, disse o Mestre. O Espiritismo é a chave que abre novos e vastos
horizontes, fazendo luz nas sombras, falando ao coração e à razão. Seu tempo
marcou o retorno à simplicidade e à pureza do Cristianismo primitivo, por isso
vamos colocá-lo em pratica, na mais sublime simplicidade e com verdade.
Termino com esta passagem do texto Piedade
do livro Evangelho segundo o Espiritismo de Allan kardec:
“
O sentimento mais apropriado a
fazer que progridais, domando em vós o egoísmo e o orgulho, aquele que dispõe
vossa alma à humildade, à beneficência e ao amor do próximo, é a piedade!
piedade que vos comove até às entranhas à vista dos sofrimentos de vossos
irmãos, que vos impele a lhes estender a mão para socorrê-los e vos arranca
lágrimas de simpatia. Nunca, portanto, abafeis nos vossos corações essas
emoções celestes; não procedais como esses egoístas endurecidos que se afastam
dos aflitos, porque o espetáculo de suas misérias lhes perturbaria por
instantes a existência álacre. Temei conservar-vos indiferentes, quando
puderdes ser úteis. A tranquilidade comprada à custa de uma indiferença culposa
é a tranquilidade do mar Morto, no fundo de cujas águas se escondem a vasa
fétida e a corrupção.(O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 17.)
Sejamos simples, no transporte das palavras e
da ação e chegaremos a falanges de
irmãos que tanto carecem de entendimento, não podemos dizer que uma flor está
morta até ela cair, sejamos então a voz da confiança, do amor e da
responsabilidade, disciplinando a mente e os atos., deslacemos os colarinhos e
mostremos simplicidade.
Muita paz
Victor
Passos
Referências bibliográficas:
PIRES, J. H. Curso Dinâmico de Espiritismo. O Grande Desconhecido. Ed.:
Paideia, São Paulo, SP, 2000, cap. IV;
Kardec, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo: Ed.: IDE, Araras, SP,
2010, cap. VI;
VIEIRA, W. Conduta Espírita. Ed.: FEB, Rio de Janeiro, RJ, 2009, p. 63;
XAVIER, F. C./EMMANUEL. A Terra e o Semeador. Entrevistas. Ed.: IDE,
Araras, SP, 2005, p.76;
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 17.
Xavier,F.C./ Missionários de Luz
Estudo
Sistematizado Doutrina Espirita
Allan
Kardec,Livro dos Espiritos
Allan
Kardec, Livro dos Mediuns
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