sexta-feira, 9 de setembro de 2011

ADMINISTRAR OU SERVENTIA À EXCLUSIVIDADE ORIENTADORA




Quando os homens forem bons, organizarão boas instituições, que serão duráveis, porque todos terão interesse em conservá-las. O progresso geral é a resultante de todos
os progressos individuais.
(Allan Kardec - Credo Espírita - "Obras Póstumas".)

     O Movimento Espírita é uma consequência do cumprimento do compromisso de responsabilidade, que se faz comum, a todos que dele participam.
    Seja um Grupo Instituído ou personalidade espiríta, deve colocar-se à disposição da compartilha e difusão constante da doutrina, não fazendo disso ordenança em relação aos que ainda não estão nas capacidades de poder perceber os conceitos e principios da mesma.
     O dirigente Espirita, não é a perfeição, não é nenhum baluarte, para que se façam comiserações, mas alguém que criou estruturas doutrinárias, que lhe permite rentabilizar os valores em prole dos outros e da divulgação doutrinária.
     A ele cabe a delegação equlibradora dos princípios da solidariedade e apoio para com todas as falanges participantes ou não, concordantes ou não, porque o espiritismo não se faz pela imposição, mas pela razão objetiva do respeito pelas diferenças, mas diluindo sempre as arestas, pelo bom-senso e harmonização.
    Os Centros Espíritas são uma escola de solidariedade, de amor, não uma penitenciária, mas acima de tudo porta aberta a todos que queiram fazer rejuvenescer a sua falta de conhecimento dos valores da espiritualidade e necessitem de apoio na sua caminhada.
   Não pode existir rotulagem de ninguém, porque todos somos simples aprendizes.
   O sigilo é pedra basilar dos trabalhos, não é ponto de ajuda prioritaria a amigos, mas local de aplicação de principios espíritas, não podemos brincar aos espiritos!...
   Os espíritas, devem olhar os outros credos com respeito e não com sobranceria, porque não somos os Deuses feudais, mas irmãos com filosofias diferentes, mas que no intimo elas buscam o mesmo alcance moralizador, porque cada um vê da sua forma, à sua altura, ao nivel da sua evolução e não existe exclusividade moral, mas apenas conceitos de aplicar os mesmos de forma diferente, seja com ritualização ou não.
    O Centro tem na sua finalidade o homem espiritual, antes do físico, construindo-o para ser uma mais valia no bem para o espaço social em que seja ativo.  O estudo sistematizado é pedra vasilar como ferramenta de desenvolvimento de soluções humanas imprescindíveis a qualquer Centro Espírita.
    A orientação e desenvolvimento da mediunidade pelo estudo é a bússola e guia para as atividades mediúnicas, se executarem com equilibrio e disciplina.
   Algo deveras importante, mesmo essencial e que muitos orientadores esquecem é, a necessidade de diálogo com aqueles que entram portas pela primeira vez, bem como  o contato constante com os membros do Centro, para sabermos o que eles desejam fazer,  pois isso permite eliminar à partida desencontros de opinião e de vontades perante determinadas tarefas.
   O Centro Espírita, não é uma Instituição de exclusividades, nem uma comunidade de figurantes, onde uns são doutores e outros simples servidores.
   A humildade, o apoio mútuo devem estar sempre presentes, porque o descontentamento provoca desiquilibrios na estrutura, tanto no ambiente, como nos trabalhos de grupo .      
   A disciplina, e não imposição, e constante revitalização dos valores morais, através do estudo evangelizador devem ser pratica diária.
   Todos somos aprendizes, nunca deve haver razão para achar que estamos acima , porque de cima temos pouco, porque temos milénios de débitos a resgatar , e os que chegam e vão, fazem sempre parte da caminhada, seja qual for a forma que se apresentem, perante o nosso rumo.
    Aos Espíritas digo, que as coisas pequenas serão as maiores....
   Uma solução a situação social, diz Kardec, está toda no melhoramento moral dos indivíduos e das massas. Não é o Espiritismo que cria a renovação social, mas o amadurecimento da humanidade que fará disso uma necessidade, escreveu ele em "A Gênese" (cap. XVIII, item 25).  
   Em "O Livro dos Médiuns", cap. XXIX, item 350, Kardec escreveu: "Se o Espiritismo deve, assim como foi anun­ciado, trazer a transformação da Humanidade, isto pode ser apenas pelo melhoramento das massas, o que pode acontecer gradualmente e pouco a pouco, apenas pelo melhoramento dos indivíduos". E mais adiante, no mesmo item, o Codificador propõe: "É para o fim providencial que devem tender todas as sociedades espíritas sérias, agrupando ao seu redor to­dos os que possuem os mesmos sentimentos; então haverá entre elas união, simpatia e fraternidade e não um vão e pue­ril antagonismo de amor-próprio, de palavras antes que de fatos; então elas serão fortes e poderosas, porque se apoiarão numa base indestrutível: o bem para todos". 
   A instrução é clara: “Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo” (O Evangelho segundo o Espiritismo - 6, 5).
   Todavia, sua praticidade não é de fácil cumprimento.
   “A causa espírita é o fim, a Casa Espí­rita é o meio.”
   A administração orientadora do centro espírita, não se processa pela exclusividade, mas pela partilha, não existe serventia no Espiritismo, mas consistência doutrinária, onde a disciplina reina sem imposição e os projetos são Obra do Todo e não de alguém.
   Retirar a solidariedade de processos ao Espiritismo é matá-lo e descambá-lo para os antros da Inquisição.
    Este apelo é para todos nós, e nele me incluío, porque é necessário iluminar as mentes que o Espiritismo, não se faz somente das vozes deste Mundo, mas que o outro lado “Espiritual” também tem a cota, senão maior, sobre a pratica e orientação Espírita e que a eles devemos respeito.
   As razões, não se dão pela azedia da alma, mas pelo bom senso, juntem-se as almas e habilitaremos cada vez mais o Movimento Espírita, com lucidez e unicidade.
  Não existem dois Espiritismos!?
  Apenas um, Espiritismo com Base nas obras da Codificação Espírita, confiado pelos Espíritos seguidores de Cristo e descodificado pelo Allan Kardec.

 Bibliografia

(Allan Kardec - Credo Espírita - "Obras Póstumas".)
"A Gênese" de Allan Kardec (cap. XVIII, item 25).  
(O Evangelho segundo o Espiritismo de Allan kardec - 6, 5).
"O Livro dos Médiuns de Allan Kardec", cap. XXIX, item 350,
Congresso Espírita realizado pela USE (União das Sociedades Espíritas de São Paulo) em Maio de 1992


  Autor -  Victor Manuel Pereira de Passos
     
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2 comentários:

Anônimo disse...

Em relação á chegada pela primeira vez ao Centro Espírita, concordo plenamente com a necessidade de um esclarecimento do que vai encontrar, da postura psiquica, do "não receio" do desconhecido, por vezes distorcido pela comunicação social, etc. Para mim o Centro é um posto avançado na longa caminhada espiritual, é uma Luz consoladora,quando somos capazes de curar a cegueira, é o caminho que nos conduz ao Mestre, e ao nosso desejo de alcançar a "Felicidade"!
Relativamente ao Curso de desenvolvimento mediúnico, ou outros penso ser de grande importância uma primeira entrevista individual com o orientador,de forma a esclarecer alguns pontos relevantes para a integração no grupo e para o desenvolvimento dos trabalhos, definição de objetivos, qual o nível real de conhecimentos.
Como disse o Mestre, "onde estiverem reunidos mais do que um ou mais do que dois em meu nome, eu estarei lá", se o ambiente psiquico estiver em sintonia com os Seus ensinamentos, nesta Casa de Luz vamos encontrar a Sua ( através dos seus Mensageiros)Presença, a sua Paz! Na Caridade está a salvação,a remissão, o crescimento, a elevação... Vamos procurar em nós a força e a coragem de sermos verdadeiros trabalhadores na seara do Pai. Muita Paz

Unknown disse...

Ola Bom Amigo
Estamos de acordo em tudo, mesmo em relação ao contacto com o orientador, pois é importante que o educando a desenvolver, perceba da importância ao que se entrega afim de estar preparado e com capacidade melhor de aceitar as orientações.

abraço fraterno e grato pelo comentário

Victor Passos